Em 2021, a Apple estabeleceu a exigência de que todos os aplicativos de terceiros obtenham o consentimento dos usuários antes de rastrear suas atividades. É evidente que, a partir desse ponto, muitas pessoas optaram por não serem rastreadas. Para a Meta, essa decisão teve um impacto significativo, pois, sem conseguir analisar detalhadamente o uso de suas plataformas e enfrentando uma concorrência intensificada com o TikTok, a empresa registrou uma perda de US$ 10 bilhões no primeiro trimestre.

No entanto, a empresa não quis permanecer no prejuízo por muito tempo. De acordo com uma descoberta feita pelo pesquisador de cibersegurança Felix Krause, ex-funcionário do Google, a Meta encontrou uma maneira de contornar a restrição imposta pela Apple, por meio de um código inserido no Facebook e no Instagram, que introduz um mecanismo de rastreamento nas páginas carregadas dentro dessas redes. Com isso, a empresa consegue monitorar todas as ações dos usuários nesses sites, inclusive o texto digitado durante a navegação.

Apesar de a Meta negar que tenha utilizado essa medida, três usuários não ficaram satisfeitos com a possibilidade e moveram duas ações coletivas contra a empresa nos tribunais americanos.

Eles acusam a empresa de contornar as configurações de privacidade do sistema móvel, além de interceptar, monitorar e registrar as atividades em sites de terceiros. Segundo a acusação, isso teria permitido à Meta obter informações identificáveis, dados privados de saúde, textos digitados e outras informações confidenciais e sensíveis dos usuários.

A Meta afirmou que as acusações são infundadas e que a empresa defenderá vigorosamente sua posição. Como de costume, a companhia reitera seu compromisso em respeitar as escolhas de privacidade dos usuários.